Enquanto estava lá, no alto da ponte, o homem pensava em desistir da vida, lembrando dos seus títulos de melhor professor, de melhor em tudo, privilegiado financeira e intelectualmente. Das cinco línguas que falava, nenhuma lhe fora útil para falar consigo mesmo; nenhum lhe deu condições de compreender o idioma de seus inúmeros fantasmas interiores.
Ele foi investigado por diversos especialistas, mas nenhuma conseguiu alcançar o verdadeiro diagnóstico. Ele sofria do mal dos intelectuais: chatice e infecção aguda, causada pelo vírus do formalismo, que lhe impedia de improvisar. Técnicas, era apenas o que ele havia aprendido.
Por que não o tratar como um miserável doente mental digno de pena?
Certamente porque ele é mais um pobre coitado preso em sua gaiola emocional alienado de misérias maiores que a sua! E mais, ele iria considerar as minhas criticas infantis demais para alguém do seu nível intelectual. Ele não entenderia, se eu o dissesse que os suicidas, na verdade, mesmo os que planejam a morte, não querem se matar, mas matar a sua dor. Eles esperam sempre que um herói os salvem de seus conflitos internos. Sou despreparada para lidar com primeiros socorros de acidentes da mente humana.
Por que Darwin, nos instantes finais de sua vida, bradava “Deus meu”?
O que aconteceu com ele?
Está morto e enterrado!
Deus, livrai-me dos “normais”!!!
1 comentários:
A D O R E I o blog.
essa doença não me aflige.
nasci chato e não tem nada a ver com intelectualidade.
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